“Eu estava dando antibiótico com a seringa. Foram segundos, segundos que nunca mais vou esquecer”, relembra a professora Rosimeri Schimitz, 34 anos, moradora de São José, na Grande Florianópolis. O desfecho dessa narrativa, após ver a filha se engasgar, poderia ter sido diferente, se a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) não tivesse chegado a tempo e realizado às técnicas de desengasgo na pequena Agatha, com apenas 14 dias de vida. “Se eu pudesse aconselhar, todos deveriam ter ciência das técnicas, pois elas salvam vidas”, comentou a professora, ao lado do esposo, Eliseu Santana, 40 anos e da pequena Agatha.
Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 2.000 pessoas morreram devido a engasgos no Brasil em 2023. Dessas, a maioria era bebê ou idosos. Em Santa Catarina, até 20 de outubro deste ano, mais de 900 ligações referentes a situações de engasgo já foram registradas pela Central de Regulação (CRU) local que recebe, coordena e regula o atendimento de urgência e emergência médica recebidas pelo número 192.
“O engasgo é uma emergência médica. É crucial agir rapidamente, e quanto mais rápido for o socorro, mais chances de sobrevida do paciente. A Missão do SAMU é prestar um atendimento humanizado, com excelência, agilidade e segurança, mas também ensinar a população que há técnicas simples e eficazes capazes de salvar vidas”, destacou o presidente da FAHECE, Dr. Alvin Laemmel.
Ao todo, mais de 400 ocorrências foram atendidas pelas Unidades de Suporte Avançado, nas oito macrorregiões que compõem as Unidades de Suporte Avançado, nas cidades de Blumenau (63), Balneário Camboriú (61), Chapecó (23), Criciúma (78), Florianópolis (117), Joaçaba (16), Joinville (95) e Lages (22). “Os atendimentos recebidos são quase diários desse tipo de ocorrência. Precisamos conscientizar ainda mais a população sobre a importância dos primeiros socorros, que são de extrema relevância no primeiro atendimento ao paciente com sinais de engasgo”, frisa o médico do SAMU, Fernando de Bortoli Pereira.
SEGUNDA DATA DE NASCIMENTO DE AGATHA
O dia 30 de setembro de 2024 nunca mais será esquecido por Rosimeri Schimitz e seu esposo, Eliseu Santana. A única filha do casal, a pequena Agatha, de apenas 14 dias, sofreu um engasgo em casa enquanto a mãe ministrava um antibiótico com uma seringa em sua boca. “Quando observei ela engasgar não consegui pensar em mais nada. Liguei inicialmente para os Bombeiros que passaram os primeiros socorros, mas eu estava desesperada, não atinei em nada, nem eu e nem o meu marido. Pegamos a Agatha e corremos até a portaria do condomínio, todos tentaram ajudar, mas nada adiantava, foi quando vimos a ambulância do SAMU chegar”, relembra Rosimeri. Para a família, moradora do bairro Areias, em São José, na Grande Florianópolis, a equipe do SAMU foi crucial para que a pequena Agatha tivesse uma segunda chance de vida. “Eu vi o médico correndo na nossa direção, pegando nossa filha e realizando a manobra. A enfermeira e o condutor socorrista estavam acompanhando tudo e tentaram nos acalmar, mas só quando escutamos nossa filha chorar que ficamos aliviados.”
A responsabilidade no serviço prestado à população pelo SAMU, além da parceria das equipes compostas por médicos, enfermeiros e condutores socorristas, se torna ainda mais completa quando situações de risco têm desfechos felizes, como o caso da pequena Agatha. Passado o ocorrido, Rosimeri e o esposo, ao lado da pequena Agatha foram até a base do SAMU, em São José, agradecer pessoalmente a equipe; o médico Fernando Pereira, a enfermeira Adriana Aparecida Bueno e o condutor socorrista Elemar Leopoldo, pelo atendimento e a atenção durante toda a ação.
“O SAMU é uma equipe, cada qual com sua particularidade, mas servindo acima de tudo em benefício da população. Temos essa missão de vida e vamos levar isso em todos os chamados. Proporcionar a alegria novamente para uma família é a realização do nosso trabalho,” completa o médico, ao lado da enfermeira Adriana Aparecida Bueno.